Tem gente que ouve eu improvisando
fica de boca aberta e impressionado
diz que nunca ouviu um verso rimado
do modo que ele logo vai brotando
por estas rimas não vou procurando
são elas que vem pra me visitar
ficam apaixonadas por este cantar
de um poeta que é filho do povo
elas gostam tanto que voltam de novo
para cantar o galope na beira do mar.
Quem me ensinou foram os Menestréis
poetas andarilhos, cantadores de feira
que vez em quando passavam na ribeira
buscando a poesia, nunca seus lauréis
viviam pela arte eles eram fiéis
a esta tradição quase milenar
veio de outras terras, chegou pra ficar
encontrou um terreno seco e hostil
mas se espalhou por todo o Brasil
para cantar galope da beira do mar.
Eu não canto tudo, somente o que sei
esta foi a resposta de meu antepassado
diante de um cantador que todo enojado
disse que dominava desta arte a Lei
reconheço que eu já me enganei
escapuliu uma rima, foi para outro lugar
mas esta humildade que é exemplar
eu aprendi desde o meu berço
das lições dos antigos, nunca esqueço
quando eu canto galope da beira do mar.
Tudo que aprendi eu passo à frente
meu desejo é ver a arte se propagar
quanto mais pessoas puderem escutar
cresce ainda mais a arte da gente
seja na escrita ou seja no repente
vejo a poesia sempre a germinar
quero vê-la crescer e prosperar
alcançando a todos sem distinção
levando a arte a nossa população
cantando um galope na beira do mar.
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