quarta-feira, 2 de setembro de 2020

PROJETO - BAIÕES DE CANTORIA - A ARTE DOS MENESTRÉIS

Eu vivi muito feliz e animado
 numa casinha no meio do sertão
 mas depois eu deixei meu chão
hoje eu vivo como um desterrado
a todo momento lembro do passado
e não imagino se regressarei 
com este dia muito eu sonhei 
e de repente eu vi a realidade
enchendo o meu coração de saudade
no batente da casa em que morei.

Eu cheguei era de madrugada
e encontrei pássaros cantando
parecia até que estavam saudando
o filho ausente de forma animada
eu procurei mas não encontrei nada
de todas as coisas que eu deixei
das rosas só os espinhos encontrei
sentei um pouco por estar cansado
e não cansava de olhar pra todo lado
no batente da casa em que morei.

O curral onde o pai foi o vaqueiro
mas corajoso de toda a ribeira
estava caído e apodreceu a madeira
do angico e também do pereiro
e até mesmo as varas de marmeleiro
que um dia muito jovem eu cortei
joguei nas costas e carreguei
entrancei com muito cuidado
tudo que fiz estava derrubado
no batente da casa em que morei.

O caminho por onde eu passava
há muitos tempos foi invadido
pelo mato que tinha crescido
e só a trilha por ali restava
na baraúna um ninho balançava
a mesma ave que um dia escutei
de madrugada e da rede pulei
com o meu pai alegre me acordando
eu fui embora para não ficar chorando
no batente da casa em que morei.

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