sábado, 26 de setembro de 2020

SEGURE O REMO

 Segura o remo da canoa meu amor

segura o remo pra canoa não virar

segura o remo que o vento

é quem manda a proa

quem nunca andou de canoa

não sabe o que é remar.


Quando o rio bota enchente

o barqueiro se assusta

vai aumentar sua luta

na correnteza valente

põe o barco para frente

buscando um porto seguro

acende o lampião no escuro

amarra o barco no cais

nunca olha para trás

sua busca é o futuro.


Quando o mar invade a praia

a jangada se balança

corre o velho e a criança

se esconde numa saia

antes que a chuva caia

o vento dobra o coqueiro

o rio bota um aguaceiro

que se mistura no mar

e de longe vem o cantar

de um bêbado seresteiro.


O pescador acredita

na força de Iemanjá

carrega seu patuá

com uma fé esquisita

e quando o mar se agita

ele faz a sua oração

tem a rede em sua mão

e na cabeça a saudade

dos tempos da mocidade

quando pescava de arrastão.



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