Segura o remo da canoa meu amor
segura o remo pra canoa não virar
segura o remo que o vento
é quem manda a proa
quem nunca andou de canoa
não sabe o que é remar.
Quando o rio bota enchente
o barqueiro se assusta
vai aumentar sua luta
na correnteza valente
põe o barco para frente
buscando um porto seguro
acende o lampião no escuro
amarra o barco no cais
nunca olha para trás
sua busca é o futuro.
Quando o mar invade a praia
a jangada se balança
corre o velho e a criança
se esconde numa saia
antes que a chuva caia
o vento dobra o coqueiro
o rio bota um aguaceiro
que se mistura no mar
e de longe vem o cantar
de um bêbado seresteiro.
O pescador acredita
na força de Iemanjá
carrega seu patuá
com uma fé esquisita
e quando o mar se agita
ele faz a sua oração
tem a rede em sua mão
e na cabeça a saudade
dos tempos da mocidade
quando pescava de arrastão.
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